quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A MÚTUA ASSISTÊNCIA E A CARIDADE

"Embora seja recente na história do homem a concepção social aos riscos no trabalho, é certo que desde os tempos mais remotos e em qualquer lugar do mundo, as civilizações sempre tiveram em mente a preocupação com a insegurança natural dos seres humanos.
Em períodos passados, anteriormente ao surgimento das primeiras leis de proteção social, a defesa do trabalhador quanto aos riscos no trabalho e perda da condição de subsistência se dava pela assistência caritativa individual ou pela reunião de pessoas. Feijó e Coimbra, citando Oscar saraiva, menciona que nas sociedades romanas e gregas da Antiguidade se encontram referências a associações de pessoas com intuito de, mediante contribuição para um fundo comum, receberem socorro em caso de adversidades decorrentes da perda da capacidade laborativa.

No período das corporações de ofício surgem as guildas, entre cujos escopos estava também o de associação de assistência mútua

Porém, é somente com o desenvolvimento da sociedade industrial que vamos obter um salto considerável em uma matéria de proteção, com o reconhecimento de que a sociedade no seu topo deve ser solidária com seus incapacitados"   ( CASTRO,LAZZARI, 35. 2004 ) 


O SURGIMENTO DA NOÇÃO DE PROTEÇÃO SOCIAL

A partir do final do seculo XIX, começa a surgir preocupação com a efetiva proteção dos indivíduos quanto aos seus infortúnios.

" o mundo contemporâneo abandonou, há muito, os antigos conceitos da justiça Comutativa, pois as novas realidades sociais e econômicas, ao longo da história, mostraram que não basta dar acada um o que  é seu para que a sociedade seja justa. Na verdade, algumas vezes, é dando a cada um o que é seu que se engrandece a condição humana e que se redime a justiça dos grandes abismos sociais."( RUSSOMANO, 18. 1981)


" proteção social, portanto, é o conjunto de medidas de caráter social destinadas a atender certas necessidades individuais; mais especificamente  às necessidades individuais que, não atendidas, repercutem sobre os demais indivíduos e, em última análise, sobre a sociedade." (LEITE,16.1978)


Passamos por estágios de proteção que  teve inicio pela assistência prestada pela caridade até o estágio que se mostra como direito subjetivo, garantido pelo Estado e pela sociedade a seus membros.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

OTTO VON BISMARK

" Por mais caro que pareça o seguro social, resulta menos gravoso que os riscos de uma revolução". Otto Von Bismark

O TRABALHO E A PROTEÇÃO SOCIAL AO TRABALHO

O ser humano, desde os primórdios da civilização, tem vivido em comunidade. E neste convívio, para sua subsistência, aprendeu a obter bens, trocando os excedentes de sua produção individual por outros bens. Com o desenvolvimento das sociedades, o trabalho passou a ser, numa determinada fase da história_mais precisamente na antiguidade clássica _ considerado como ocupação abjeta, relegada a plano inferior,e por isso confiada a indivíduos cujo status na sociedade era exclusivamente_ os servos e escravos.
Mais adiante no tempo, dentro do chamado sistema feudal, aparecem os primeiros agrupamentos de indivíduos que, fugindo das terras dos nobres, fixaram-se nas urbes, estabelecendo-se, pela identidade de ofícios entre eles, uma aproximação maior, a ponto de surgirem uma denominação maior, a ponto de surgirem as denominadas corporações de ofícios, nas quais se firmavam contratos de locação de serviços em subordinação ao "mestre" da corporação.
Mas é a partir da Revolução Industrial que desponta o trabalho tal como hoje o conhecemos.( CASTRO,LAZZARI. 32, 2004)


a) O que fez o homem necessitar viver em comunidade?
b)Explique o surgimento das urbes.


COMO É MEDIDA A RIQUEZA DE UM PAÍS?


A riqueza de um país é medida por meio do PIB – Produto Interno Bruto. Esse cálculo da riqueza foi inventado pelo economista russo, Simon Kuznets.

Basicamente, o PIB é encontrado a partir da soma de todos os bens e serviços finais produzidos em num país durante um determinado período. Essa técnica mensura a atividade econômica, mas não pode ser utilizada como um indicador social, pois as pessoas não se beneficiam com o aumento do PIB de seu país.

Ainda assim, o Produto Interno Bruto caracteriza a forma mais importante de se medir a riqueza de uma nação, e ele até configura e determina o ranking das economias mundiais. Ou seja, quanto maior o PIB, melhor posicionado fica o país.

Para o cálculo do PIB é preciso somar o consumo (C), o investimento (I), os gastos governamentais (G) e as exportações (X) do país durante o ano e subtrair as importações (M).

Mas porque os países não podem simplesmente imprimir mais cédulas quando precisam de dinheiro? Nós podemos dizer que a resposta é simples. Fabricar mais dinheiro não resolve problemas financeiros de uma nação porque o excesso de cédulas em circulação elevaria os preços das mercadorias, causando um desequilíbrio na economia.


A "teoria do bem-estar" deve considerar também a renda, não em sua distribuição, porém em sua globalidade. Conforme Pigou, um aumento no rendimento nacional aumenta o bem-estar se a participação dos pobres não for diminuida; e se a participaão dos pobres no orçamento nacional não o diminuir, o bem-estar econômico, de alguma forma é aumentado.
É de acordo com essa teoria mistificadora que certos economistas medem a riqueza de um país e não a de seus habitantes, e continuam utilizando as estatísticas de crescimento, como índices do aumento do bem-estar.  ( FALEIROS: 15. 2009)

CONSUMISMO E BEM-ESTAR- welfare economics

" De acordo com o welfare economics, como assinala Ross, considera o bem -estar como não definível, porque leva em conta critérios subjetivos, pois a economia seria uma ciencia positiva. Mas isso não impede que se considere o indivíduo como melhor juiz de seu bem-estar. No fundo, o bem-estar é identificado com o consumo, que traria para o indivíduo a "felicidade", com a satisfação de seus desejos e preferências individuais. è pela "livre escolha", num sistem de mercado, que o indivíduo satisfaz suas preferências, levando-se em consideração que se está num sistema de concorrência, em igualdade de condições."( FALEIROS: 14.2009)

Adam Smith- Citações de Faleiros no livro: A politica Social do Estado Capitalista

"Adam Smith ( 1776) publicara a Riqueza das Nações na qual defendia o laisses-faire

Obs.:

Laissez-faire

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    
Laissez-faire é hoje expressão-símbolo do liberalismo econômico, na versão mais pura de capitalismo de que o mercado deve funcionar livremente, sem interferência. Esta filosofia tornou-se dominante nos Estados Unidos e nos países ricos da Europa durante o final do século XIX até o início do século XX.

Etimologia

É parte da expressão em língua francesa "laissez faire, laissez aller, laissez passer", que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar". A sua origem é incertamente atribuída ao comerciante Legendre, que a teria pronunciado numa reunião com Colbert, no final do século XVII (Que faut-il faire pour vous aider? perguntou Colbert. Nous laisser faire, teria respondido Legendre). Mas não resta dúvida que o primeiro autor a usar a frase laissez-faire, numa associação clara com sua doutrina, foi o Marquês de Argenson por volta de 1751.1 Autor foi Francois Quesnay (1694-1774)e a escola dos fisiocratas

Referências


Continuação:

e afirmava que os capazes, os inteligentes é que prosperariam num regime de concorrência. Para ele, o bem-estar se identificava com a riqueza, num ponto de vista objetivo. Esta noção supunha que a riqueza dependia do esforço individual num sistema de concorrência perfeita. assim é num mercado que se produz o equilíbrio entre o consumo e a produção.
O indivíduo era julgado culpado da sua situação, legitimando-se essa ideologia por critérios morais, de uma moral natural. Como se o fato de existir pobres e ricos fosse um fenômeno natural e não o resultado do tipo de produção existente."

"Assim o indivíduo deve ser libertado das amarras da ajuda para procurar otimizar sua satisfação e sua utilidade para retirar o valor de uso mais conveniente ao mercado".

Continuação do livro: A POLÍTICA SOCIAL DO ESTADO CAPITALISTA- VICENTE DE PAULA FALEIROS

"É com a criação dos workhouses, na Inglaterra, por volta de 1730, e sua confirmação pela lei de 1834, que o esquema de obrigação ao trabalho se tornou mais rígido. Tratava-se da clara expressão do princípio da less elegibility, isto é a "pior situação". Entre trabalhar e não trabalhar, era preferida a primeira opção.
As " casas de trabalho

 eram depósitos onde os menos capazes para o trabalho eram utilizados para fazer alguns tipos de produtos ( principalmente fiar ) conservando-os em prisão, onde não podiam ter qualquer contato com o exterior."

A POLÍTICA SOCIAL DO ESTADO CAPITALISTA- VICENTE DE PAULA FALEIROS( e outras fontes)

A POLÍTICA SOCIAL DO ESTADO CAPITALISTA- VICENTE DE PAULA FALEIROS
E INTERPRETAÇÕES .


Capítulo 1 : A Economia Liberal do Bem-Estar Social

"Do ponto de vista das teorias econômicas liberais é no mercado que o indivíduo satisfaz suas exigências de bens e serviços, portanto adquire seu bem-estar."
No modo de produção feudal o servo era proprietário dos meios de produção. Nos modos de produção capitalista produz-se uma ruptura entre a posse dos meios de produção e o trabalhador. Os meios de produção passam a ser de simples propriedade do capitalista. Assim, aquele fica apenas com a força de trabalho."

O salário é o meio de prover sua subsistencia. Mas este salário é obtido na produção da mais-valia.


Mais-valia é o termo famosamente empregado por Karl Marx à diferença entre o valor final da mercadoria produzida e a soma do valor dos meios de produção e do valor do trabalho, que seria a base do lucro no sistema capitalista. 


Mais-valia absoluta e relativa
Karl Marx chamou a atenção para o fato de que os capitalistas, uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, podem lançar mão de duas estratégias para ampliar sua taxa de lucro: estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama de mais-valia absoluta; ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele chama de mais-valia relativa. Em fazendo esta distinção, Marx rompe com a ideia ricardiana do lucro como "resíduo" e percebe a possibilidade de os
capitalistas ampliarem autonomamente suas taxas de lucro sem dependerem dos custos de simples reprodução física da mão-de-obra. Produção de mais-valia relativa é um modo de incrementar a produção do excedente a ser apropriado pelo capitalista. Já a mais-valia absoluta consiste na intensificação do ritmo de trabalho, através de uma série de controles impostos aos operários, que incluem da mais severa vigilância a todos os seus atos na unidade produtiva até a cronometragem e determinação dos movimentos necessários à realização das suas tarefas. O capitalista obriga o trabalhador a trabalhar a um ritmo tal que, sem alterar a duração da jornada, produzem mais mercadorias e mais valor que sem esses controles. Economia Política ( José Paulo neto e Marcelo Braz)
 
 
 
 
 
" Encurralados no campo, com as terras comunais usurpadas, foram os camponeses obrigados a vender sua força de trabalho para subsistir em penosas condiões de trabalho ( longas jornadas, baixos salários, trabalho de menores e de mulheres."
 
 
 
 
 
"Aos que não foram incorporados ao mercado de trabalho, temporária ou permanentemente, se fez toda uma legislação repressiva. Assim, os considerados vagabundos e mendigos eram açoitados ou, me caso de reincidencia, se lhes marcava com ferro e os condenava à morte ( coação direta e indireta ao trabalho). Foram proibidas as esmolas aos mendigos não identificados como tais. Por outro lado, os que não podiam se incorporar ao trabalho, eram socorridos pelas paróquias, por intermédio das caixas de socorro, mas de acordo com os interesses das classes dominantes, apresenta-se estas caixas como remédios contra o vício, a vagabundagem e a imoralidade. O objetivo real da ajuda era forçar ao trabalho. Os capazes de trabalhar eram enviados ao trabalho por salários muito baixos, e aos incapazes se lhes dava uma ajuda arbitrária, segundo os critérios da classe. É essa a essencia da lei dos pobres na inglaterra"
 
 
 

Poor Laws

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    
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As Poor Laws2 foram um sistema de ajuda social aos pobres em Inglaterra e Gales que se desenvolveu a partir da Idade Média tardia e das leis Tudor, antes de ser codificado em 1587-1598. O sistema das Poor Laws subsistiu até ao surgimento do Estado de bem-estar moderno depois da Segunda Guerra Mundial.1
A legislação inglesa sobre as Poor Laws pode ser datada tão cedo como 1536, quando se aprovaram leis para tratar dos "pobres impotentes", embora existisse anterior legislação dos Tudor sobre os problemas causados pelos vagabundos e mendigos. A história das Poor Laws em Inglaterra e Gales divide-se habitualmente em dois estatutos: a Antiga Poor Law, aprovada durante o reinado de Isabel I e a Nova Poor Law aprovada em 1834, a qual modificou significativamente o sistema existente de diminuição da pobreza. O último estatuto alterou o sistema de Poor Law, de um que era administrado de forma local a nível das paróquias para um sistema altamente centralizado que favorecia o desenvolvimento em grande escala de workhouses por parte dos Sindicatos da Poor Law.7
O sistema de Poor Law não foi formalmente abolido senão com a Lei de Assistência Nacional de 1948,8 embora parte do sistema se mantivesse em tal lei até 1967.7 O sistema da Poor Law caiu em desuso em inícios do século XX, devido a vários fatores, como a introdução de reformas de beneficência liberal9 e a disponibildiade de outras fontes de assistência de sociedades filantrópicas e sindicatos,9 bem como as reformas paulatinas que evitaram o sistema da Poor Law.
 
 
 
 
 
 
 
 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sobre Técnica de Visita Domiciliar


Sobre Técnica de Visita Domiciliar

 Cleuzi Maria da Luz (Assistente Social)

Atualmente a utilização da visita domiciliar como instrumento de trabalho do assistente social, embora seu histórico conservador tenha em seu projeto ético-político profissional, uma nova dimensão.

A visita domiciliar é um dos instrumentos que potencializa as condições de conhecimento do cotidiano dos sujeitos, no seu ambiente de convivência familiar e comunitária. As visitas domiciliares “têm como objetivo conhecer as condições (residência, bairro) em que vivem tais sujeitos e apreender aspectos do cotidiano das suas relações, aspectos esses que geralmente escapam às entrevistas de gabinete” (MIOTO, 2001, p.148).

Contudo, ela só se realizará efetivamente quando o profissional entender necessário e cabível para a situação social em que está intervindo, requerendo disponibilidade e habilidades específicas deste profissional. As habilidades aqui referidas dizem respeito ao profissional quando da operacionalização da visita domiciliar, concebê-la como uma forma de abordagem “[...] mais flexível e descontraída do que as práticas do cenário institucional [...]”. (AMARO, 2003, p.17). 

A opção pela visita domiciliar se depara com limites e possibilidades inerentes a sua utilização. Os limites dão conta do fato do profissional não conseguir previamente identificar rotinas da família que possam impedir a efetividade da visita domiciliar. Podem ocorrer situações do cotidiano daqueles sujeitos, que dificultem as condições ideais para uma entrevista com um outro membro da família, pelo fato de estarem, muitas vezes em grupos em suas casas e essas, de modo geral, não terem a proteção necessária ao sigilo. O profissional, nesse sentido, precisa estar atento aos possíveis imprevistos e realizar a sua intervenção, sempre compreendendo a ética profissional.

As possibilidades inerentes à visita domiciliar, em nosso entendimento, são mais atraentes que seus limites. Quando buscamos o contato direto com a vida dos sujeitos nos é permitido conhecer de modo mais apurado suas dificuldades, angustias, suas relações intra-familiares; como se estabelece a convivência comunitária; seu modo de vida em sua casa, e em sua rotina.

 

4. A abordagem da visita domiciliar

A visita domiciliar deve ser utilizada a partir da análise que o profissional efetua, sobre a situação social que está sob sua responsabilidade intervir, e dentre os distintos instrumentos técnicos disponibilizados para sua atuação, qual deles será mais efetivo para obtenção do resultado pretendido.

O profissional que fizer a opção por utilizar a visita domiciliar como seu instrumento de trabalho deve se sentir à vontade com ele, buscando inicialmente acordar com o sujeito sua entrada na casa, de modo a explicar-lhe os motivos que o levam a efetuar a visitação. Colocando-se à disposição do anfitrião para que ele concorde com a entrada do profissional na residência. Torna-se importante que o profissional aceite as condições oferecidas pelos que o estão recebendo, não importando em que lugar irá sentar-se, ou até se tiver que ficar em pé, a visita poderá ser realizada.

É preciso identificar a realidade exatamente como ela se apresenta, levando em conta as condições sociais e culturais daqueles sujeitos, sem interpretações que venham ao encontro de seus conceitos morais e culturais. Este cuidado é de suma importância,

pois o conhecimento da vida social daqueles sujeitos, deve compreender a sua história de vida, com suas especificidades e particularidades, sem preconceitos e discriminação. Não se pode esquecer que o local onde se desenvolve a visita domiciliar é privativo dos sujeitos, onde a realidade social se apresenta de modo diferenciado a como vive o profissional e, “capturar a realidade dentro de seu quadro social e cultural específico exige do profissional a visão de seus elementos difíceis, intrigantes e conflitantes, por mais estranhos que eles possam parecer a nossa razão”. (AMARO, 2003, p.31).

 

É fundamental que o profissional ao se apresentar informe com clareza o objetivo da visita domiciliar, devendo limitar-se a buscar conhecer o que de fato é importante para obtenção dos elementos necessários à análise da situação.

 

A experiência profissional demonstra que se o profissional tiver uma postura respeitosa, de não-intimidação, a receptividade por parte dos sujeitos será muito maior, assim como sua participação. Portanto, o respeito aos sujeitos no momento da visita domiciliar é de extrema importância.

A Visita Domiciliar é uma estratégia que apresenta vantagens e desvantagens.Dentre as vantagens, citamos:

1- A presença do profissional in loco, atuando no ambiente doméstico, permite um planejamento de ações mais próximas da realidade do indivíduo mediante a visualização de condições econômicas e sociais, tais como: habitação, costumes e higiene;

2- O domicílio permite regras de conduta mais flexíveis e descontraídas do que as exigidas pela Instituição (burocracia institucional);

3- Esse ambiente favorece melhor relacionamento do grupo familiar com o profissional. Por ser menos formal, permite a exposição de variados problemas que interferem na situação do indivíduo, tornando o trabalho mais humanizado;

4- Dispõe-se de mais tempo para o atendimento do que na instituição, o que viabiliza melhor intervenção do profissional;

5- A visita agendada previamente favorece a boa receptividade de toda a família ao profissional.

 

Por sua vez, listamos abaixo algumas desvantagens:

 

1- Dificuldades de acesso do profissional ao domicílio. Muitas instituições não possuem carro e o profissional desloca-se por conta própria;

2- Limitação dos encontros em razão do horário de trabalho e dos afazeres domésticos, que podem impossibilitar sua realização;

3- Exigência de tempo maior do que no atendimento realizado na instituição, devido à locomoção ou à execução da visita, tornando-a atividade dispendiosa e de pouco alcance para a maior parte da população;

4- A visita agendada previamente pode induzir a família a mascarar a situação que seria encontrada caso não houvesse esse agendamento.

 

Quando em seu domicílio, o usuário se permite a revelação de fatos que na Unidade são comumente ocultados, pelo que o profissional pode não somente escutar o que o usuário verbaliza, mas entender suas atitudes a partir do contexto em que está inserido – social, financeiro, familiar, profissional, religioso e cultural –, onde as diferenças são relevantes. É preciso considerar todas as dimensões e referências construídas a partir de relações sociais. Como o problema individual está intrinsecamente relacionado à vida familiar, há necessidade de se perceber a família como um todo e não ver apenas um membro dela.

A Visita Domiciliar possibilita o envolvimento do profissional com o usuário, favorecendo um atendimento mais humanizado, o qual vai além do procedimento técnico por envolver a subjetividade e o vínculo afetivo e solidário.

Apesar de a Visita Domiciliar possibilitar o desenvolvimento de ações educativas, o profissional precisa trabalhar em uma perspectiva de contribuição para o exercício da cidadania, enxergando o usuário como um sujeito social. Para compreender esta perspectiva, consideramos importante que se estabeleça a sua relação com as questões macroestruturais e conjunturais que conduzem as políticas locais. Isso porque é preciso entender a realidade como resultado de multifatores, que interferem direta ou indiretamente no cotidiano familiar.

Tal processo pressupõe que o profissional relativize seu conhecimento na busca da melhor compreensão do indivíduo, da coletividade e da realidade na qual se insere, pois é da mútua apropriação de tais conhecimentos que se torna possível uma intervenção consciente.

Em suma, para que a Visita Domiciliar seja bem sucedida é essencial que o profissional se desprenda de preconceitos e tenha visão crítica da realidade a ser observada e interferida, respeitando as diversidades cultural, social e econômica que determinam o cotidiano familiar.

 

Aspectos práticos da visita domiciliar

 

A Visita Domiciliar possibilita a aproximação do cotidiano dos usuários pelos profissionais que utilizam este instrumento, os quais podem observar as interações familiares e a rede social em que aquele está inserido, o que favorece o entendimento do indivíduo em todos os aspectos a partir das causas sociais.

Desse modo, a Visita Domiciliar é uma técnica que permite melhor aproximação da realidade do indivíduo ou do grupo aos serviços, permitindo ao profissional melhor entendimento da situação em que se encontra o visitado. Para o sucesso dessa prática profissional é essencial que se faça um planejamento prévio, a fim de possibilitar a melhor intervenção. Assim é essencial que o profissional disponha de um roteiro para nortear sua ação.

Sugere-se que a Visita Domiciliar seja realizada por dois ou mais profissionais, de modo que a observação da situação seja feita por um, enquanto o outro preenche os instrumentos (questionários, fichas etc.). A observação deve ser seletiva, respeitando-se o conteúdo que se decidiu trabalhar.

 

Política social




Política social

™Temas e questões

™Potyara A. P. Pereira




™Controvertida identificação da politica social com o Welfare State.

™Politica social tem raízes no histórico Welfare State.

™Welfare State- moderno mudelo estatal de intervenção na economia de mercado que, ao contrário do modelo liberal que o antecedeu, fortaleceu e espandiu o setor público e implantou e geriu sistemas de proteção social


™Welfare State e seus sinonimos- Estado de bem-estar social, estado providência, Estado assistencial e Estado Social.

™“ Culminância de um longo processo que se iniciou no último quarto do século XIX e encarnou a excepcional experiência britânica de Seguridade Social, em plena Segunda Guerra Mundial.”
Thomas Henry Marshall



™Muitos estudiosos consideram a Por Law( Lei dos pobres) criada para regular _ com mãos de ferro os pobres _o prelúdio do Welfare State.



™Os pensadores clássicos como Weber, Marx e Durkheim veem o moderno Welfare State como resposta a dois desenvolvimentos fundamentais: a formação de Estados Nacionais e sua transformação em democracias depois da Revolução Francesa e o desenvolvimento do capitalismo que se converteu em modo de produção dominante depois da Revolução Industrial.



™Politica social

™É na verdade benéfica não só para seus supostos destinatários legitimos- os demandantes de atendimento de efetivas necessidades sociais


™“Atende a necessidades sociais sem deixar de atender “objetivos egocêntricos”, como o contole social e politico, a doutrinação, a legitimação e o prestígio” das elites do poder.”(Casado,1998:4)


™Resulta da pressão simultânea de sujeitos distintos.


™Seus impactos não produzem melhoria das condições humanas, especialmente das camadas mais pobres. Para que isso aconteça, há que existir contínuo controle de parcelas organizadas da sociedade sobre atos e ações dos governos, bem como sobre demandas ou imposições do capital, que também são acatadas e processadas pelo Estado.


™Finalidade da politica social

™Regular as forças livres de mercado e as tensões sociais.

Acontecimento à brasileira

 

No Brasil, aconteça o que acontecer, não acontece nada: a geração que popularizou o café sem cafeína, a cerveja sem álcool, agora defende o protesto sem protesto


Bruno Garcia

18/10/2013
 

  • Manifestantes voltam a ocupar a Cinelândia em ato de apoio aos presos políticos, no Rio de Janeiro (Foto: RHBN / Rodrigo Elias)O estado do Rio de Janeiro continua na vanguarda, e não se atrevam a discordar. Em termos de legislação relâmpago e reação enérgica, não há igual. Estamos aprendendo por aqui. Aliás, devemos tomar cuidado com o que escrevemos. Todos parecem muito sensíveis ao debate e alguém pode achar que estou incitando a violência. Depois que entrou em vigor a nova lei de organização criminosa, não é preciso muito para ser enquadrado. E, como quem legisla e julga é o próprio estado, é melhor não arriscar.

    Quem achou que a multidão nas ruas iria intimidar autoridades ou que a repressão provocaria, no mínimo, algum debate sobre o cotidiano de se viver com medo da própria policia, se enganou. No Brasil, aconteça o que acontecer, não acontece nada. A violência policial, divulgada aos montes desde junho (mesmo que muita gente descolada tenha ficado em casa e não tenha visto nada), se repete a cada protesto e tudo leva a crer que a coisa está longe de acabar. Os professores já estão sendo chamados para prestar conta sobre suas "faltas" e manifestante agora é quase sinônimo de vândalo e baderneiro. Do helicóptero não deu para ver a multidão na Rio Branco aplaudir o grupo que usa a tática black bloc, depois de, em outros protestos, terem defendido professores da gentileza dos "excessos" ilegais da polícia. Mas, como brasileiro é sempre muito criativo, a solução foi transformar em legal o que antes não era.
    De uma funesta comissão, com prioridade absoluta para punir manifestantes, à proibição de máscaras, o Rio de Janeiro se destaca cada vez mais na criação de leis e instrumentos coercitivos. A retórica do Estado democrático continua, mas vale tudo para tirar essas pessoas da rua.

    O governo, no entanto, não está sozinho. Em outra frente, os principais jornais e revistas se comprometeram em fotografar vidraças quebradas e discutir a extinção do mico-leão dourado. Deu certo. A turminha que gritava que o gigante acordou agora repete o mantra de que a manifestação pacífica foi infiltrada por arruaceiros que se aproveitam (!?!) para depredar.
    Dinossauros de farda, saudosos da ordem militar, ganharam a adesão de jovens que acham que tudo se resolve cantando o hino, abraçando a bandeira, propagando plataformas maduras como "vergonha na cara". No fundo, pregam a higiene do protesto, desejando que não passe de uma caminhada civil. A geração que popularizou o café sem cafeína, a cerveja sem álcool, agora defende o protesto sem protesto. Quem sabe não criam para isso um protestódromo?
    Como os amantes da ordem absoluta desejam, todos teriam seu lugar. Os black blocs poderiam usar abadás escuros, a televisão e as cervejarias teriam seus camarotes. Papelarias e gráficas nas redondezas venderiam cartazes com mensagens personalizadas e ainda poderíamos dividir em diferentes noites (como no Rock in Rio!) as causas dos rebeldes verdadeiramente organizados. Às segundas, professores e estudantes; às terças, gente do transporte público; quarta, médicos e funcionários da saúde; quinta-feira é o dia de todos contra a corrupção, e por ai vai. Tudo seria transmitido com varias câmeras, poupando o uso de helicópteros. Talvez fosse bom espalhar uns objetos como pichorras mexicanas para que os que forem vestidos de vândalos possam quebrar alguma coisa. No final elegeríamos uma musa e a polícia marcharia acenando ao público e mandando todo mundo pra casa. Quem sabe o Galvão Bueno, grande especialista em forjar singularidades nacionais, não topa narrar tudo isso ao vivo?

    Por alguma razão, a ideia de que somos um povo pacifico, e que isso corresponde a um lastro de civilidade, funcionou. Pouco importa o lugar de destaque no ranking de distribuição de renda, os séculos de escravidão, o contingente de mortos e desaparecidos sem qualquer investigação e a quantidade crescente de mulheres estupradas. O inimigo do estado é o sujeito que reage à violência policial e quebra vidraça de banco. Não da Biblioteca Nacional ou do Theatro Municipal.

    Sinceramente, depois de protestos e mais protestos, qual foi a reação do estado? O que foi feito para que todos voltassem satisfeitos pra casa? Depois de todo teatro patético da CPI dos Ônibus, protagonizado por vereadores que eram contra sua criação, alguém realmente acha que imoral é pichar aquele prédio? A democracia é um aprendizado perpétuo, e os alemães deram o exemplo construindo um parlamento onde as pessoas podem caminhar por cima do plenário, como uma lembrança enfática de que os representantes são subordinados, não chefes. Protestos de menor escala na França, em 2009, destruíram mais de 300 carros. Em 2011, no norte de Londres, moradores chegaram a destruir imóveis da própria rua que moravam. No Brasil basta uma vidraça quebrada para que o medo da desordem ameace essa ilusão de grandeza e pacifismo.

    Não surpreende que estejamos falando mais de vidro de banco do que das causas de toda essa mobilização. Até o momento nenhuma CPI começou a funcionar. Não houve reforma política nem qualquer indício de que alguma coisa vá mudar. Ao invés disso, tudo segue como antes, já que a máquina do estado conta com a cooperação do legislativo, para evitar maiores problemas alimentando a repressão, e da grande imprensa para apresentar os protestos apenas na sua versão oficial, isso é, uma batalha contabilizada pelo número de presos e policiais feridos. Afinal, ano que vem é ano de eleição e nada mais brasileiro do que agir para que nada aconteça.

Os fundamentos históricos e teóricometodológicos do Serviço Social brasileiro na contemporaneidade

Os fundamentos históricos e teóricometodológicos do Serviço Social brasileiro na contemporaneidade

Apresentação


Este texto coloca em questão os fundamentos históricos e teórico/metodológicos do Serviço Social brasileiro na contemporaneidade, particularizando as décadas de 80, 90 e os primeiros anos do século XXI. Algumas referências acerca do Serviço Social latino‐americano também serão apresentadas. Parte do pressuposto de que a profissão e o conhecimento que a ilumina, se explicam no movimento histórico da sociedade. Sociedade que é produto de relações sociais, de ações recíprocas dos homens entre si, no complexo processo de reprodução social da vida. O mundo social é um mundo de relações.

São múltiplas as mediações que constituem o tecido de relações sociais que envolvem esse processo de produção e reprodução social da vida em suas expressões materiais e espirituais. Essas relações que constituem a sociabilidade humana, implicam âmbitos diferenciados e uma trama que envolve o social, o político, o econômico, o cultural, o religioso, as questões de gênero, a idade, a etnia etc. Dimensões com as quais se defronta cotidianamente o Serviço Social e em relação às quais se posiciona quer do ponto de vista explicativo quer do interventivo, considerados nesta abordagem como dimensões de uma mesma totalidade.

A análise dos principais fundamentos que configuram o processo através do qual a profissão busca explicar e intervir sobre a realidade, definindo sua direção social, constitui o principal objetivo deste texto. É necessário assinalar que essa análise das principais tendências históricas e teórico metodológicas da profissão, sobretudo nas três últimas décadas não é tarefa fácil ou simples, pois exige o conhecimento do processo histórico de constituição das principais matrizes de conhecimento do social, do complexo movimento histórico da sociedade capitalista brasileira e do processo pelo qual o Serviço Social incorpora e elabora análises sobre a realidde em que se insere e explica sua própria intervenção.

 
Assim sendo, este texto apresenta‐se organizado em três partes: em uma primeira introdutória, onde são apresentados alguns fundamentos relativos ao processo histórico de constituição das principais matrizes do conhecimento e da ação do Serviço Social brasileiro e em três outras, nas quais se busca uma aproximação às principais tendências históricas e teórico metodológicas do debate profissional nos anos 80, 90 e 2000. Encerram o texto algumas reflexões acerca das polêmicas atuais da profissão.

1 O processo de constituição das principais matrizes do conhecimento e da ação o Serviço Social brasileiro



A questão inicial que se coloca é explicitar como se constituem e se desenvolvem no Serviço Social brasileiro as tendências de análise e as interpretações acerca de sua própria intervenção e sobre a realidade social na qual se move. É claro que estas tendências, derivadas das transformações sociais que vem particularizando o desenvolvimento do capitalismo em nossa sociedade, não se configuram como homogêneas, mas são permeadas por diversas clivagens, tensões e confrontos internos. Isso porque, a compreensão teórico/metodológica da realidade, fundada no acervo intelectual que se constituiu a partir das principais matrizes do pensamento social e de suas expressões nos diferentes campos do conhecimento humano, é processo que se constrói na interlocução com o próprio movimento da sociedade.

O ponto de partida consiste, pois, da análise ainda que sumária, do processo de incorporação pela profissão:


de idéias e conteúdos doutrinários do pensamento social da Igreja Católica, em eu processo de institucionalização no Brasil;

 

  1. das principais matrizes teórico metodológicas acerca do conhecimento do ocial na sociedade burguesa;

 

Tecer algumas considerações sobre este processo é buscar compreender diferentes posicionamentos, lógicas e estratégias que permearam o pensamento e a ação profissional do serviço social em sua trajetória e que persistem até os dias atuais com novas articulações, expressões e redefinições.

Quanto ao primeiro aspecto, é por demais conhecida a relação entre a profissão e o ideário católico na gênese do Serviço Social brasileiro, no contexto de expansão e secularização do mundo capitalista. Relação que vai imprimir à profissão caráter de apostolado fundado em uma abordagem da "questão social" como problema moral e religioso e numa intervenção que prioriza a formação da família e do indivíduo para solução dos problemas e atendimento de suas necessidades materiais, morais e sociais. O contributo do Serviço Social, nesse momento, incidirá sobre valores e comportamentos de seus "clientes" na perspectiva de sua integração à sociedade, ou melhor, nas relações sociais vigentes.

Os referenciais orientadores do pensamento e da ação do emergente Serviço Social tem sua fonte na Doutrina Social da Igreja, no ideário franco‐belga de açã social e no pensamento de Sã Tomá de Aquino (sé. XII): o tomismo e o neotomismo (retomada em fins do séulo XIX do pensamento tomista por Jacques Maritain na França e pelo Cardeal Mercier na Bégica tendo em vista "aplicá‐lo" à necessidades de nosso tempo).
É, pois, na relação com a Igreja Católica que o Serviço Social brasileiro vai fundamentar a formulação de seus primeiros objetivos político/sociais orientando‐se por posicionamentos de cunho humanista conservador contrários aos ideários liberal e marxista na busca de recuperação da hegemonia do pensamento social da Igreja face à "questão social". Entre os postulados filosóficos tomistas que marcaram o emergente Serviço Social temos a noção de dignidade da pessoa humana; sua perfectibilidade, sua capacidade de desenvolver potencialidades; a natural sociabilidade do homem, ser social e político; a compreensão da sociedade como união dos homens para realizar o bem comum (como bem de todos) e a necessidade da autoridade para cuidar da justiça geral.

No que se refere à Doutrina Social da Igreja merecem destaque nesse contexto as encíclicas "Rerum Novarum" do Papa Leão XIII de 1891, que vai iniciar o magistério social da Igreja no contexto de busca de restauração de seu papel social sociedade moderna e a "Quadragésimo Anno" de Pio XI de 1931 que, comemorando 40 anos da "Rerum Novarum"" vai tratar da questão social, apelando para a renovação moral da sociedade e a adesão à Ação Social da Igreja.

É necessário assinalar que esta matriz encontra‐se na gênese da profissão em toda a América Latina, embora com particularidades diversas como, por exemplo, na Argentina e no Chile onde vai somar‐se ao racionalismo higienista. (ideário do movimento de médicos higienistas que exigiam a intervenção ativa do Estado sobre a questão social pela criação da assistência pública que deveria assumir um amplo programa preventivo na área sanitária, social e moral).

O conservadorismo católico que caracterizou os anos iniciais do Serviço Social brasileiro começa, especialmente a partir dos anos 40, a ser tecnificado ao entrar em contato com o Serviço Social norteamericano e suas propostas de trabalho permeados pelo caráter conservador da teoria social positivista
Efetivamente, a reorientação da profissão, para atender às novas configurações do desenvolvimento capitalista, exige a qualificação e sistematização de seu espaço socio‐ocupacional tendo em vista atender à requisiçõs de um Estado que começ a implementar políicas no campo social.

Nesse contexto, a legitimaçã do profissional, expressa em seu assalariamento e ocupaçã de um espaç na divisã sóio ténica do trabalho, vai colocar o emergente Serviç Social brasileiro frente àmatriz positivista, na perspectiva de ampliar seus referenciais ténicos para a profissã. Este processo, que vai constituir o que Iamamoto (1992, p. 21) denomina de "arranjo teóico doutrináio", caracterizado pela junçã do discurso humanista cristã com o suporte ténico‐cientíico de inspiraçã na teoria social positivista, reitera para a profissã o caminho do pensamento conservador (agora, pela mediaçã das Ciêcias Sociais).

Cabe aqui uma explicaçã: nem o doutrinarismo, nem o conservadorismo constituem teorias sociais. A doutrina caracteriza‐se por ser uma visã de mundo abrangente fundada na féem dogmas. Constitui‐se de um conjunto de princíios e crençs que servem como suporte a um sistema religioso, filosóico, políico, entre outros. O conservadorismo como forma de pensamento e experiêcia práica éresultado de um contramovimento aos avançs da modernidade, e nesse sentido, suas reaçõs sã restauradoras e preservadoras, particularmente da ordem capitalista. A teoria social por sua vez constitui conjunto explicativo totalizante, ontolóico, e, portanto organicamente vinculado ao pensamento filosóico, acerca do ser social na sociedade burguesa, e a seu processo de constituiçã e de reproduçã. A teoria reproduz conceitualmente o real, é portanto, construçã intelectual que proporciona explicaçõs aproximadas da realidade e, assim sendo, supõ uma forma de autoconstituiçã, um padrã de elaboraçã: o méodo. Neste sentido, cada teoria social éum méodo de abordar o real. O méodo é pois a trajetóia teóica, o movimento teóico que se observa na explicaçã sobre o ser social. Éo
posicionamento do sujeito que investiga face ao investigado e desta forma é "questão da teoria social e não problema particular desta ou daquela 'disciplina' " (NETTO,1984, p. 14).

No caso do Serviço Social, um primeiro suporte teórico‐metodológico necessário à qualificação técnica de sua prática e à sua modernização vai ser buscado na matriz positivista e em sua apreensão manipuladora, instrumental e imediata do ser social. Este horizonte analítico aborda as relações sociais dos indivíduos no plano de suas vivências imediatas, como fatos, como dados, que se apresentam em sua objetividade e imediaticidade. O método positivista trabalha com as relações aparentes dos fatos, evolui dentro do já contido e busca a regularidade, as abstrações e as relações invariáveis.

É a perspectiva positivista que restringe a visão de teoria ao âmbito do verificável, da experimentação e da fragmentação. Não aponta para mudanças, senão dentro da ordem estabelecida, voltando‐se antes para ajustes e conservação. Particularmente em sua orientação funcionalista, esta perspectiva é absorvida pelo Serviço Social, configurando para a profissão propostas de trabalho ajustadoras e um perfil manipulatório, voltado para o aperfeiçoamento dos instrumentos e técnicas para a intervenção, com as metodologias de ação, com a "busca de padrões de eficiência, sofisticação de modelos de análise, diagnóstico e planejamento; enfim, uma tecnificação da ação profissional que é acompanhada de uma crescente burocratização das atividades institucionais" (YAZBEK, 1984, p. 71).

O questionamento a este referencial tem início no contexto de mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais que expressam, nos anos 60, as novas configurações que caracterizam a expansão do capitalismo mundial, que impõem à América Latina um estilo de desenvolvimento excludente e subordinado. A profissão assume as inquietações e insatisfações deste momento histórico e direciona seus
questionamentos ao Serviço Social tradicional através de um amplo movimento, de um processo de revisão global, em diferentes níveis: teórico, metodológico, operativo e político. Este movimento de renovação que surge no Serviço Social na sociedade latino‐americana impõe aos assistentes sociais a necessidade de construção de um novo projeto comprometido com as demandas das classes subalternas, particularmente expressas em suas mobilizações. É no bojo deste movimento, de questionamentos à profissão, não homogêneos e em conformidade com as realidades de cada país, que a interlocução com o marxismo vai configurar para o Serviço Social latinoamericano a apropriação de outra matriz teórica: a teoria social de Marx. Embora esta apropriação se efetive em tortuoso processo.

É importante assinalar que é no âmbito do movimento de Reconceituação e em seus desdobramentos, que se definem de forma mais clara e se confrontam, diversas tendências voltadas a fundamentação do exercício e dos posicionamentos teóricos do Serviço Social. Tendências que resultam de conjunturas sociais particulares dos países do Continente e que levam, por exemplo, no Brasil, o movimento em seus primeiros momentos, (em tempos de ditadura militar e de impossibilidade de contestação política) a priorizar um projeto tecnocrático/modernizador, do qual Araxá e Teresópolis são as melhores expressões.

Já o tronco latino americano do movimento, sobretudo no Cone Sul, assume claramente uma perspectiva crítica de contestação política e a proposta de transformação social. Posição que, dificilmente poderá levar à prática frente à explosão de governos militares ditatoriais e pela ausência de suportes teóricos claros.

Sem dúvida, as ditaduras que tiveram vigência no Continente deixaram suas marcas nas ciências sociais e na profissão, que depois de avançar em uma produção crítica nos anos 60/70 (nos países onde isso foi permitido) é obrigada a longo silêncio.

 
Até o final da década de 70, o pensamento de autores latino‐americanos ainda orienta ao lado da iniciante produçã brasileira (particularmente divulgada pelo CBCISS), a formaçã e o exercíio profissional no paí. Situaçã que, aos poucos se vai modificando com o desenvolvimento do debate e da produçã intelectual do Serviç Social brasileiro e que resulta de desdobramentos e da explicitaçã das seguintes vertentes de anáise que emergiram no bojo do Movimento de Reconceituaçã:

  1. a vertente modernizadora (NETTO,1994, p.164 e ss) caracterizada pela incorporaçã de abordagens funcionalistas, estruturalistas e mais tarde sistêicas (matriz positivista), voltadas a uma modernizaçã conservadora e àmelhoria do sistema pela mediaçã do desenvolvimento social e do enfrentamento da marginalidade e da pobreza na perspectiva de integraçã da sociedade. Os recursos para alcançr estes objetivos sã buscados na modernizaçã tecnolóica e em processos e relacionamentos interpessoais. Estas opçõs configuram um projeto renovador tecnocráico fundado na busca da eficiêcia e da eficáia que devem nortear a produçã do conhecimento e a ervençã profissional;

  1. a vertente inspirada na fenomenologia, que emerge como metodologia dialóica, apropriando‐se també da visã de pessoa e comunidade de E. Mounier (1936) dirige‐se ao vivido humano, aos sujeitos em suas vivêcias, colocando para o Serviç Social a tarefa de "auxiliar na abertura desse sujeito existente, singular, em relaçã aos outros, ao mundo de pessoas" (ALMEIDA, 1980, p. 114). Esta tendêcia que no Serviç Social brasileiro vai priorizar as concepçõs de pessoa, diáogo e transformaçã social (dos sujeitos) éanalisada por Netto (1994, p. 201 e ss) como uma forma de reatualizaçã do conservadorismo presente no pensamento inicial da profissão;


a vertente marxista que remete a profissão à consciência de sua inserção na sociedade de classes e que no Brasil vai configurar‐se, em um primeiro momento, como uma aproximaçã ao marxismo sem o recurso ao pensamento de Marx.

Efetivamente, a apropriaçã da vertente marxista no Serviç Social (brasileiro e latino‐americano) nã se dásem incontáeis problemas, que aqui nã abordaremos, e que se caracterizam, quer pelas abordagens reducionistas dos marxismos de manual, quer pela influêcia do cientificismo e do formalismo metodóogico (estruturalista) presente no "marxismo" althusseriano (referêcia a Louis Althusser, filosofo francê cuja leitura da obra de Marx vai influenciar a proposta marxista do Serviç Social nos anos 60/70 e particularmente o Méodo de B.H. Um marxismo equivocado que recusou a via institucional e as determinaçõs sóio históicas da profissã.

No entanto, écom este referencial, precáio em um primeiro momento, do ponto de vista teóico, mas posicionado do ponto de vista sóio‐políico, que a profissã questiona sua práica institucional e seus objetivos de adaptaçã social ao mesmo tempo em que se aproxima dos movimentos sociais. Inicia‐se aqui a vertente comprometida com a ruptura (NETTO,1994, p. 247 e ss) com o Serviç Social tradiconal.

 

Estas tendêcias, que configuram para a profissã linhas diferenciadas de fundamentaçã teóico‐metodolóica tenderã a acompanhar a trajetóia do pensamento e da açã profissional nos anos subsequentes ao movimento de Reconceituaçã e se conservarã presentes atéos anos recentes, apesar de seus movimentos, redefiniçõs e da emergêcia de novos referenciais nesta transiçã de milêio.

Questões para reflexão:
Como se constituem e se desenvolvem no Serviço Social brasileiro as primeiras interpretações sobre sua própria intervenção e sobre a realidade social?
Quais as principais vertentes de análise definem‐se para a profissão no âmbito o Movimento de Reconceituação?
 



Planejamento em Serviço Social


Planejamento em Serviço Social


•Planejamento


•“processo de reflexão que instrumenta transformações na realidade social”

(BARBOSA, 1980)

Elemento importante e estratégico de uma práxis democrática.
O modo como Marx compreende a práxis do planejamento, possibilita entender de maneira mais completa a totalidade social e todas as suas contradições. Marx compreende que o ato de planejar é de natureza do ser humano, o ser humano projeta em sua mente o ato para depois executar e antes de executar qualquer ato ele planeja. Isso é consciência teleológica

“Processo de reflexão que instrumenta transformações na realidade social”

(BARBOSA, 1980)

Sabe-se que o processo de planejamento sempre esteve presente na história da humanidade. Ele é fundamental para a sobrevivência do ser humano, na medida em que pode dar maior eficiência às suas atividades para se obter metas preestabelecidas. Isto é, ele propicia a máxima sinergia dentro da organização para alcançar os objetivos desejados, além de auxiliar no estabelecimento de prioridades para as tomadas de decisões. Uma definição interessante é dada por Giegold:

Planejamento é o processo pelo qual tentamos aumentar a probabilidade dos resultados futuros desejados, além e acima da probabilidade de que isso aconteça por acaso [GIEGOLD, 1980:35].

Planejamento


•Na história do Serviço Social a idéia de planejamento aparece ligada aos “planos de tratamento” – cada cliente na tentativa de solucionar problemas.


•Planejamento


•Processo de trabalho foi tornando-se mais racional – o planejamento passou a integrar desde o estudo até o final do tratamento;

planejamento


•Pós – reconceituação e a busca pelo caráter técnico da profissão;

Início da discussão do planejamento no serviço social e a participação ou não da sociedade neste processo.


•Além do planejamento da ação como processo natural de ordenação, decisão e controle;

Planejamento também como método e processo social mais abrangente feito de forma crítica e participativa;

Revisão profissional que também propiciam uma (re)definição de instrumentos e técnicas de trabalho

Nasce então o planejamento como disciplina do serviço social;(1968)

A evolução do planejamento dentro do serviço social tem sua gênese na própria necessidade do homem entendimento da organização de sua vida de maneira individual e não grupal ou tribal;

Nascimento da individualidade


•Homem e Planejamento


•1º momento – individualidade como atribuição do grupo;


•2º momento – concorrência e competição;

3º momento – solidariedade (sindicatos e associações)



(BARBOSA, 1980)


•Homem e planejamento



1º Momento

O planejamento e o processo participativo são inerentes a natureza humana – canal de participação do indivíduo no grupo, no coletivo;




2º Momento



O homem passa a ver o mundo por seus próprios olhos;



Participação pessoal e imediata;



Justificar a não utilização do controle social;






3º Momento



Preocupação com o meio



Organizações sociais



Identidade coletiva


•Um pouco mais de história


•Na administração sec. 19 necessidade de alternativas para a

tomada de decisão;


•Evitar crises e falências;


•Interesse de empresas e organizações;


•Dimensão racional e social. Racional: agir e refletir, projetando para construçaõ de futuro. Social: cooperação, negociação, vida coletiva;

conceito


•Método, ordenação, caminho, o que em ultima instancia poderá ser encontrado nos hábitos e capacidades da inteligência humana, nos processos de conhecimento e da ação;(LAMPARELLI, 1980)


Previsão de futuro


•Objetivos/metas


•Reflexão


•Crítica


•Tomada de decisão


•Racionalidade


•sistematização


Planejamento e área social: poder decisório dos grupos e famílias;






•Diagnóstico e a partir dele desenvolver projetos, programas, ações e atividades...





•Na contemporaneidade o profissional não só executa planeja e avalia






•Planejamento social


•O planejamento social busca utilizar de forma harmônica o planejamento estratégico, ampliando a participação dos vários níveis profissionais existentes dentro da sociedade

Nesse sentido, a tomada de decisão se torna elemento fundamental, pois corresponde com as diferentes escolhas dentro do processo



Planejamento social


•Um elemento importante no planejamento social é a operacionalização, onde relaciona as atividades necessárias para efetuar as decisões tomadas. Nessa fase o planejador social (o assistente social) deve acompanhar a implantação, o controle e a avaliação do planejamento do projeto social que o mesmo for implantar em determinada instituição pública ou privada.

Planejamento Social


•O planejamento é um processo contínuo e dinâmico, tendo o planejamento como uma decisão de planejar o movimento de reflexão-decisão-ação que o caracteriza vai se realizando de acordo com as seguintes aproximações:


•Planejamento Social


•1. Reflexão


• Delimitação do objeto/reconstrução do objeto; Estudo de situação;Construção de referenciais teórico-práticos;Levantamento de hipóteses preliminares e Coleta de dados

Reflexão

Nesta etapa consideramos a realidade onde será formulado o conjunto de proposições para uma intervenção mais qualificada, e ao delimitarmos o objeto de intervenção, estaremos olhando de fora para dentro, confrontando as ações planejadas com as mudanças que ocorrem na realidade

Reflexão


•A reconstrução do objeto é o movimento que traduz a relação, a ação e o conhecimento. Segundo Baptista, “o profissional precisa se preparar, [...] conhecer suas representações, seus sistemas e valores, suas noções e práticas [...]” (BAPTISTA, 2007, p. 34).

Reflexão


•Estudo de situação: O estudo da situação é o conjunto de informações que provém em contribuição para tomar decisões, ampliando o conhecimento das realidades concretas. O objeto do planejamento não pode ser tratado separadamente, devem se levar em consideração as propostas que estejam abertas às modificações perante a sociedade

Reflexão


•Estudo de situação: O estudo da situação nada mais é que a reflexão, a compreensão, a explicação e a expressão de causas antes dos dados da realidade em relação ao seu conjunto de aspectos especiais

Reflexão


•Construção de referenciais teórico-práticos:

Para a construção de referenciais teóricos temos que entende-los como ‘conhecimentos que alimentam’ o estudo das situações para que haja o planejamento e podem ser de natureza: cientifica, documental, técnicos e periódicos

Reflexão


•Levantamento de pressupostos:


•O levantamento de pressupostos ou hipóteses é estabelecido na hora da elaboração teórica podendo ser desenvolvido de forma implícita ou explícita, como o planejamento social trabalha com o ser humano, e por esses estarem sob um processo de evolução constante, os resultados ficam aproximados e não exatos, uma vez que há mudanças constantes nas estruturas sociais e políticas a que os indivíduos estão inseridos

Reflexão


•Coleta de dados: A coleta de dados deve se ater a alguns aspectos como: coleta de dados de situação; dados da instituição; dados das políticas públicas, da legislação, do planejamento jurídico, da rede de apoio existente e os dados da prática. Os dados de situação constituem-se em objetivos do estudo. Estes estabelecem a compreensão do objeto que está em ação, estabelecendo assim a natureza e a problemática desse objeto

Planejamento Social


•2.Decisão
Organização e análise; Identificação de prioridades de intervenção e Definição de objetivos e estabelecimento de metas

•Decisão


•Organização e análise: É nessa fase que o planejador social deve se aprofundar na observação, pois nessa fase que se descrevem os dados e os interpreta de maneira organizada, sistemática e analítica. Observar se os dados obtidos durante a investigação são suficientes para proporcionar respostas ao objetivo proposto

Decisão


•Definição de objetivos e estabelecimento de metas:



A definição dos objetivos e o estabelecimento das metas dão o real sentido e fundamento ao processo de planejamento. A função específica do objetivo é posicionar a organização, orientar a ação, definir o ritmo do planejamento, motivar os atores envolvidos no processo, facilitar a avaliação de desempenho e incorporar a racionalidade, entre outros

Decisão


•Os objetivos podem ser classificado em três aspectos: Se é um objetivo geral ou específico; a média de tempo previsto a ser utilizado; se é a longo, médio ou curto prazo e a delimitação de forma, se são quantitativos e/ou qualitativos. Dessa maneira, os objetivos e metas “deverão ser conquistados para transformar a visão em realidade, [...] (pois) buscam alcançar resultados especificados em um tempo pré-estipulado”


• (TAVARES, 2005, p. 312).

Planejamento Social


•3.Ação
Planificação; Implementação; Implantação e execução e Definição de parâmetros de avaliação e Controle




Ação




•Planificação
No processo de planejamento, e a planificação é realizada depois de passar por um conjunto de decisões. Decisões essas que são sistematizadas, interpretadas e detalhadas em documentos que apresentem níveis de decisão

composto por diversificados planos, programas e projetos




•Ação




•O plano demarca as decisões gerais do sistema, suas estratégias e suas diretrizes e deve ser formulado de forma clara e simples. São

organizados os objetivos e metas




•Ação




•O programa detalha os documentos por setores, ou seja, faz projeções detalhadas das informações

que são consideradas específicas em relação aos níveis, modalidade e especificação do setor




•Ação




•O projeto estabelece-se como documento que estabelece um plano prévio da operação de um conjunto de ações, é também a racionalização das decisões. Na planificação o projeto vem antes

da indicação dos resultados, é instrumento que está mais próximo da execução, sendo assim faz-se o detalhamento das atividades que serão desenvolvidas estabelecendo-se os prazos e especificando os recursos que serão utilizados




•Ação



Implantação e execução:





A implantação é instituir na prática todas as ações que já foram planejadas, arquitetadas e avaliadas ao longo do tempo, passando a cumprir os passos dos objetivos estabelecidos de forma criteriosa para que essa execução se dê de forma contundente




•Ação



Parâmetros de Avaliação e Controle:




•A avaliação é o caminho onde o planejador poderá aferir a efetividade e o impacto que sua ação e decisão tiveram sobre as outras etapas do processo. Por ser este processo dinâmico e contínuo deve ser pautado sempre na reflexão. Já o controle é o instrumento que verifica o que já foi previsto e o que está acontecendo. O controle define os parâmetros de avaliação, o estabelecimento e a verificação dos pontos de controle, a correção dos possíveis desafios e a reflexão contínua do processo em análise




•Planejamento Social

Podemos assim entender que o processo de planejamento faz parte de uma contínua análise, ou seja, se inicia com a reflexão de uma situação e simultaneamente o processo, devendo ser este contínuo, cíclico e reflexivo. Marx denomina este processo de união do pensamento e da ação como ‘práxis social’. É neste cotidiano que estabelecemos a compreensão para que as decisões elaboradas no planejamento sejam concluídas



Planejamento Social




•A realidade social, ou seja, a práxis, é determinante das relações sociais, fato que engloba aspectos políticos e econômicos. Dessa maneira, entendemos que é dentro da realidade que o planejamento

torna-se etapa indispensável para que se chegue a um resultado final dentro do processo



Funções gerenciais




•1. Planejamento: finalidade e objetivos, recursos, meios e tempo para atingi-los;




2. Organização: agrupar pessoas e recursos, atribuições e responsabilidades além de normas de modo a atingir os objetivos



Funções gerenciais




•3. Direção: conduzir e motivar;







•4. Controle: comparar, avaliar para corrigir




•EFICIÊNCIA



Fazer as coisas de maneira adequada;




•Resolver problemas;




•Salvaguardar os recursos aplicados




•Cumprir o seu dever;




•Reduzir os custos



EFICÁCIA




•Fazer as coisas certas;




•Produzir alternativas criativas;




•Maximizar a utilização dos recursos



Obter resultados;




•Aumentar o lucro




•EFETIVIDADE




•Manter-se no ambiente;




•Apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo

(permanentemente)




•DIMENSÕES DO PLANEJAMENTO





•Assunto abordado (pesquisa, recursos humanos, comercialização,...);




•Elementos do planejamento (estratégias, políticas,

orçamentos,...);




•Tempo do planejamento (curto, médio e longo prazo);




•Espaço organizacional onde o planejamento é elaborado (entidade, município,...);




•Características do planejamento (nível de complexidade, de publicização, de formalização

).




•CARACTERÍSTICAS





•“O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes” (Drucker, 1962

– citado por Oliveira);




•O planejamento deve ser encarado como um processo composto por decisões e ações inter-relacionadas e interdependentes que visam o alcance de objetivos previamente estabelecidos;




•CARACTERÍSTICAS





•No planejamento o processo de seu desenvolvimento é muito mais importante que um produto, como um plano, por exemplo. O processo define a qualidade do planejamento, especialmente quando se trata de uma dinâmica que se propõe participativa



TIPOS DE PLANEJAMENTO





•Planejamento estratégico: Envolve decisões estratégicas, que são de longo prazo e envolve o ambiente planejado como um todo.




•Diz respeito à formulação

de objetivos e à seleção de cursos de ação a serem seguidos para sua consecução.




•Tipos de planejamento




•Planejamento tático: Envolve decisões sobre objetivos de curto prazo, e procedimentos e ações que geralmente afetam apenas uma parte do ambiente planejado.



Trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidas no planejamento estratégico




•Tipos de planejamento




•Planejamento operacional: Envolve decisões operacionais e diz respeito a planos normalmente derivados de planejamentos

estratégicos e táticos elaborados anteriormente







•“O planejamento estratégico, de forma isolada, é insuficiente, uma vez que os objetivos a longo prazo, bem como o seu alcance, resulta numa situação nebulosa, pois não existem situações mais imediatas que operacionalizem, o planejamento estratégico. A falta desses aspectos é suprida através do desenvolvimento e implantação dos planejamentos táticos e operacionais de forma integrada.



FASES DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO





•Preparação / sensibilização / mobilização




•Definição de valores, princípios e objetivos



Conhecimento da realidade / análise de ambiente




•Priorização / decisão (definição de questões estratégicas)




•Ação (estruturação do plano de ação)




•Crítica / retroalimentação (avaliação e acompanhamento



PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PARTICIPATIVO




•Nem apenas planos de escritórios;




•Nem apenas as lutas e ações específicas de cada organização.




•Há uma dependência do tipo e do nível de participação




•Necessidade de estruturar metodologias e técnicas específicas, preocupadas em garantir a eficiência e eficácia da

participação




•ETAPAS DE UM PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PARTICIPATIVO


Preparação




•Conscientização




•Sensibilização, motivação




•Acordo/contrato




•Mobilização, envolvimento




•Capacitação




•Organização




•Debate sobre temas de fundo para o processo




ETAPAS DE UM PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PARTICIPATIVO





•Identificar / definir condições legais/estruturais para implementação do plano e do processo de planejamento




•Principais interessados no processo de planejamento e suas expectativas




•Definição da MISSÃO/objetivos estruturais do plano




•Objetivo central do planejamento;



Valores compartilhados (renovados);




•Visão de desenvolvimento;




•Ideais para grupo(s), organização(s).





ETAPAS DE UM PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PARTICIPATIVO




•Análise de ambiente que condiciona resultados do planejamento

Oportunidades e ameaças do ambiente pouco controlável;
•Pontos fortes e pontos fracos do ambiente bastante controlável.

ETAPAS DE UM PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PARTICIPATIVO



Agenda de questões estratégicas




•Priorização de questões estruturais que desencadeiam processo de mudança no conjunto planejado




•Definição de temas a partir dos principais pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças elencados;




•Construir questões que o processo de planejamento tem que responder para poder atingir os fins desejados.





 

ETAPAS DE UM PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PARTICIPATIVO





•Opções estratégicas: desencadeamento de propostas e ações para realização das escolhas estratégicas




•Propostas estratégicas




•Obstáculos para implementação das propostas estratégicas




•Plano de trabalho




•Ações estratégicas, prazos, recursos (humanos, materiais e financeiros), responsáveis




•Definição de um sistema de acompanhamento e avaliação




•Retroalimentação



Diferenças Planejamento Tradicional e Estratégico




•Tipos de planejamento estratégico




•Planejamento estratégico;




•Planejamento estratégico situacional;




•Planejamento estratégico de mercado;



Planejamento estratégico participativo;




•Pontos em comum




–A preocupação na clareza por parte dos participantes em todos os sentidos: durante a estipulação dos objetivos, no levantamento das deficiências e inclusive durante a implementação.




•A dificuldade durante os momentos de decisões e escolhas pode elevar o índice de frustração e dúvida

A necessidade de abertura, do livre fluxo de idéias e informações. Entretanto, isto é mais complicado do que possa parecer. Existem sempre pessoas que não gostam de "repartir" seus conhecimentos com outras. Nesse caso, os dirigentes devem procurar ressaltar as vantagens que podem ser obtidas com a disseminação do conhecimento.



–Em muitas situações, pode haver uma desmotivação: ou durante o exame dos pontos fracos da organização, ou durante o exame de concorrentes mais fortes. Os dirigentes deverão saber administrar estes conflitos.




–Em todos, é de fundamental importância a participação ativa dos dirigentes no planejamento estratégico.




Políticas, planos, programas e projetos




•Políticas: processo de tomada de decisão, adoção de postulados gerais;




•Definições a serem seguidas pelos planos, programas e projetos;



Políticas, planos, programas e projetos




•Planos: ações de caráter geral, grandes linhas políticas, estratégias, diretrizes e responsabilidades;




•Dentro de um plano os problemas são delimitados e feita uma seleção, definindo áreas

de atuação, para as áreas são elaboradas programas que culminarão em projetos;




•Políticas, planos, programas e projetos




•Programa: conjunto de projetos que buscam o mesmo objetivo;


Projeto: conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos dentro de um orçamento e tempo definidos;



PNAS (modelo)




•Introdução




•Diagnóstico (análise situacional)




•Princípios, diretrizes, objetivos, usuários, proteções;


Gestão;




•Considerações finais;







•Detalhamento de execução




_ Plano



  +                 

Programa







•Agregação de decisão
•+ Plano                    

Programa





•PLANOS



O plano delineia as decisões de caráter geral do sistema, as suas grandes linhas políticas, suas estratégias , suas diretrizes e precisa responsabilidades.










•O plano tem o sentido específico de sistematizar e compatibilizar objetivos e metas, procurando otimizar o uso dos recursos do sistema. Deve, ainda, fornecer referencial que permita continuar os estudos setoriais e/ou regionais, com vistas a elaborar programas e projetos específicos, dentro de uma perspectiva de coerência interna do sistema e externa , em relação ao contexto no qual o sistema se insere.




PLANO




•A exeqüibilidade do plano está condicionada a uma ponderável centralização de decisões e de controle , dentro do sistema: requer que as unidades dos diferentes níveis acompanhem as decisões e aceitem

o controle centralizado




•PLANO




•Segundo Lozano, são os seguintes os componentes estruturais de um plano:


a) a síntese dos fatos e necessidades que motivam o plano e a formulação de objetivos;




•b) a formulação da política de prioridades (explicita) e a razão da escolha



PLANO




•c) o quadro , ordenado por itens, das mudanças a operar, quanto à expansão de diferentes e modalidades do sistema, á estrutura e ao conteúdo dos setores e dos níveis dos rendimentos previstos;




•d) o quadro cronológico das metas ou resultados a alcançar ao término do período ou em etapas;




•e) os tipos e a magnitude dos recursos humanos , físicos e instrumentais indispensáveis

(cronograma dos momentos de disponibilidades




•PLANO




•f) o volume e a composição das inversões e gastos para todo o período e para cada fase;



g) a especificação das fontes e/ou modalidades de financiamento




•PLANO




•h) a previsão de mudanças legais, institucionais e administrativas

indispensáveis para a viabilidade do plano;




•i) a distribuição das responsabilidades de execução e de avaliação dos resultados




•Planos municipais (exemplo

)




•Objetivos gerais e específicos;




•Diretrizes e prioridades




•Ações estratégicas;




•Metas




•Resultados e impactos esperados




•Recursos materiais, humanos e finaceiros;




Mecanismos e fontes de financiamento;




•Cobertura




•Indicadores de monitoramento e avaliação



PROGRAMA




•O programa é, basicamente um aprofundamento do plano: os objetivos setoriais do plano irão constituir os objetivos gerais do programa. " È o documento que detalha por setor , a política , diretrizes , metas e medidas

instrumentais . É a setorização do plano".




•PROGRAMA




•O programa estabelece o quadro de referência do

projeto, no entanto, " é algo mais que um punhado de projetos, pois pressupõe, também, vinculação entre os projetos componentes


PROGRAMA




•São os elementos básicos do programa:




•· a síntese de informações sobre a situação a ser modificada com a programação;

· a formulação explicita das funções efetivamente consignadas aos órgãos e/ou serviços ligados ao programa, com



responsabilidades em sua execução




•PROGRAMA




•a formulação de objetivos gerais e específicos e a explicitação de sua coerência com as políticas , diretrizes e




•objetivos do sistema maior, e de sua relação com os demais programas do mesmo nível;




•· a estratégia e a dinâmica de trabalho a serem adotadas para a realização do programa



PROGRAMA




•as atividades e os projetos que comporão

o programa , suas interligações, incluindo a apresentação




•sumária de objetivos e de ação




•PROGRAMA



os recursos humanos , físicos e materiais a serem mobilizados para sua realização;




•· a explicitação das medidas administrativas necessárias para sua implantação e manutenção




•PROJETO




•O projeto é o documento

que sistematiza e estabelece o traçado prévio da operação de uma unidade de ação. É, portanto, a unidade elementar do processo sistemático da racionalização de decisões. Constitui-se da proposição de produção de algum bem ou serviço , com emprego de técnicas determinadas e com o objetivo de obter resultados definidos




•PROJETO




•A elaboração de projetos, em geral ,

acompanha um roteiro predeterminado, o qual , via de regra, é definido de acordo com as necessidades e exigências próprias do órgão de execução e/ou financiador.




•(Definições do livro de Myriam Veras Baptistas - Introdução a Metodologia do Planejamento

Social




•Questões do planejamento




•O que se quer fazer ? Natureza do Projeto




•Porque se quer fazer ? Origem e fundamentação




•Para que se quer fazer ? Objetivos




•Quanto se quer fazer ? Metas




•Aonde se vai fazer ? Localização




•Como se vai fazer

? Metodologia, ações, atividades




•Quando se vai fazer ? Cronograma




•Quem vai ser atingido ? Beneficiários, comunidade




•Quem vai executar ? Recursos Humanos




•Com que se vai fazer ? Recursos

materiais e financeiros




•Quem vai acompanhar ? Comunidade, lideranças, direção, órgãos




•Período de execução




•Historicamente os planos sociais tem se situados nos períodos de duração dos governo ( em média 4 anos)




•e podem ser classificados na temporalidade como: longo, médio e curto prazo.




•Cabe ressaltar que a questão da temporalidade esta vinculado a proposta política e metodológica




•do planejamento (normativo, estratégico, participativo).




•Planejamento de curto prazo - geralmente são executados num período de um ano;




•Planejamento médio prazo - serão executados no período de um a três anos;




•Planejamento longo prazo

- compreende de três anos a mais




•Questões




•01. (CONSULPLAN)O planejamento em serviço social contribui para proporcionar uma maior articulação entre os serviços e uma maior sistematização das ações que são aspectos almejados para a efetivação da:




•A) participação integrada e gerenciamento administrativo.




•B) interdisciplinaridade e coparticipação social.


C) gestão plena e participação integrada.




•D)X intersetorialidade e integralidade.




•E) integralidade e gestão plena.




•Questões




•02. (CESPE)Em relação ao planejamento e à avaliação de programas e projetos, julgue os itens que se seguem.


I. O processo de planejamento e gestão contempla a criação de protocolos — entre serviços, programas e instituições — que servem de base para o trabalho da equipe profissional.CERTO




•II. A concretização do planejamento em sua dimensão éticopolítica requer um conjunto de mediações que favoreça a construção de uma nova cultura.CERTO




•III. A eficácia diz respeito ao estudo da adequação da ação para o alcance dos objetivos e das metas previstos no planejamento. CERTO




•IV É consenso na literatura que o processo de avaliação só ocorre quando este estiver sido formalizado por meio da apresentação de relatório final.ERRADO



Questões




•03. (AOCP)Analise as assertivas abaixo e depois assinale a alternativa que aponta as corretas.




•I. O projeto é o documento que sistematiza e estabelece o traçado prévio da operação de um conjunto de ações.




•II. O programa é o documento que detalha, por setor, a política, diretrizes, metas e medidas instrumentais. É a setorização do plano.




•III. O plano sistematiza e estabelece as estratégias prévias da operação de um conjunto de ações, com projeções detalhadas e informações específicas .


Questões




•IV. A elaboração de projetos, em geral acompanha um roteiro pré-determinado, o qual, frequentemente, é definido de acordo com as necessidades e exigências próprias do órgão de execução e/ou financiador.




•V. O objeto do planejamento da intervenção profissional é o segmento da realidade que lhe é posto como desafio, é o aspecto determinado de uma realidade total sobre o qual irá formular um conjunto de reflexões e de proposições para intervenção.




•(A) Apenas I, II e III.




•(B)X Apenas I, II, IV e V.




•(C) Apenas II, III e IV.




•(D) Apenas III e IV.



(E) Apenas IV e V.




•Questões




•4. A elaboração de indicadores e o planejamento de atividades que possam aferir as mudanças nas condições de vida de uma população provocadas pelas ações desenvolvidas pelos programas ou projetos sociais fazem parte dos procedimentos de:




•(A)X avaliação de impacto;




•(B) diagnóstico da realidade;



•(C) avaliação processual;




•(D) controle social;




•(E) avaliação de resultado.




•Questões




•6. Observe as afirmativas a seguir, em relação ao significado




•do projeto de intervenção:




•I - Ele articula o conjunto de atividades interventivas e




•investigativas que integram o exercício profissional.




•II - Ele articula apenas o conjunto de atividades interventivas




•que integram o exercício profissional.




•III - Ele envolve apenas as

dimensões de intervenção e




•planejamento do exercício profissional.




•Assinale a alternativa correta:




•(A) Xapenas a afirmativa I está correta;




•(B) apenas a afirmativa II está correta;




•(C) apenas as afirmativas I e II estão corretas;




•(D) apenas as afirmativas II e III estão corretas;




•(E) todas as afirmativas estão corretas.




•Questões




•7. A elaboração de projetos sociais acompanha um roteiro



pré-determinado que deve atender qualidades e exigências.




•Sendo assim um projeto deve contemplar em sua elaboração:




•(A) Eficiência, eficácia e efetividade da ação.




•(B)X Objetividade e exatidão nas informações na terminologia e nas especificações técnicas.




•(C) Confronto com os parâmetros e metas, e análises dos desvios.




•(D) Sugestões para realimentação  do processo de planejamento.




•Questões




•8. A elaboração de indicadores e o planejamento de atividades que possam aferir as mudanças nas condições de vida de uma população provocadas pelas ações desenvolvidas pelos programas ou projetos sociais fazem parte dos procedimentos de:




•(A)X avaliação de impacto;




•(B) diagnóstico da realidade;




•(C) avaliação processual;




•(D) controle social;




•(E) avaliação de resultado.


9. A avaliação de projetos acompanha um roteiro predeterminado, o qual é definido de acordo com as necessidades e exigências próprias do órgão de execução e ou financiador. São qualidades desejáveis na  elaboração de um projeto:




•Questões




a)eficiência, eficácia e efetividade da ação;




b)X Objetividade e exatidão nas informações, na terminologia e nas especificações técnicas;




c)Confronto com os parâmetros e metas e análise dos desvios;




d)Sugestões para realimentação do processo de planejamento;




e)Descrição de dados de antes, durante e depois da intervenção.